quinta-feira, 29 de abril de 2010

Rosas amarelas


"Sabe, leitor, eu gosto tanto de rosas amarelas, e não sei dizer-lhes o porquê. Não gosto muito de amarelo em roupas, unhas, tapetes, cortinas, paredes, vasos. Gosto em rosas, gosto do contraste que elas provocam no verde e no céu azul, da suavidade das voltas das pétalas, da maneira estranha de como ela não é vermelha nem rosa. Ora, vermelhas são apaixonadas demais e rosas são meigas demais. As amarelas, não. Elas são indefinidas, são de amizade, são de puro carinho, é impossível não vê-las. Quando as rosas amarelas 'substituem' as vermelhas, elas querem dizer tão além de puro amor! Eu as vejo como se quisessem mostrar que além de amor, de cuidado por ela ser tão delicada por natureza, que há um que a mais, algo que não se explica, que quanto mais se usa as palavras, mais longe se fica do que se quer de fato dizer. Assim confuso e por não ter palavras, chama tanta a atenção, e não chama a cobiça.
Gosto também de, além de ser amarela, quando ela não se abre por completo, fica realizando suas voltas individuais pelas pétalas tão juntas e macia, mas ao mesmo tempo faz com que seu desenho não perca a beleza de outra rosa tão grande e tão aberta. Ela nos convida a admirar suas cores, suas voltas e sua forma delicada e, me parece também, ao mesmo tempo imponente, de presença!"
Autor desconhecido
Zoooooooooa, sou eu AHAHAHAH. Pensei em assinar com um pseudônimo, mas quero não. Vai que alguém também gosta de rosas amarelas...
beeeeijos e perdão pela sumidinha

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Todo labirinto tem seu minotauro

Ontem eu estava personalizando um presente e dei de cara com esta frase: Todo labirinto tem seu minotauro.

E é tão verdade, até o mais perfeito dos planos tem defeitos. Ou um defeito só, mas o tem. E se eu aprendi a lenda direito, o minotauro é o motivo para a entrada no labirinto. Mas entrar em algo desconhecido para encontrar algo mais desconhecio ainda e dar-lhe fim? É isso? E qual o propósito?
É só um minotauro, e tantos significados. É a falha, a busca, a chance, a escolha... é um motivo tão secreto que nem nós sabemos ao certo o porquê de estarmos buscando, almejando, planejando ou fazendo qualquer coisa que seja.
A falha: é o erro, não que isso signifique falta de acerto, é só um ponto preto em meio ao branco, é o lago do deserto, é a voz no silêncio, é o riso no choro. É o detalhe, a falta do que compõe um grupo maior. É o abismo que procuramos sem saber, e queremos a todo custo tampa-lo, mas ninguém nos contou que isto é impossível.
A busca: é o propósito, o reencontro dos trilhos do trem, é secretamente a aposta de tanta gente para que ao fim a tormenta chegue ao fim, é percorrer espaços desconhecidos atrás de algo que não se vê, não se toca, mas existe e espera por nós em algum lugar e que, ao encontrar, que seja o que Deus quiser. (ou quem você acreditar, só não encontrei frase clichê melhor).
A chance: é a esperança encubada, consentida, escondida, amarradinha e secretíssima. É a esperança de que a sensação estranha que às vezes aparece pare de aparecer e assim tudo acabe fluindo às mil maravilhas, que não haverá mais nós na garganta, um vazio e uma falta não-sei-do-que.
A escolha: é o mais abstrato de todos, é o ir e vir constantes, o silêncio e o barulho, o filme e o livro, a corrida e o cochilo, o inverno e o verão. É se dividir e se deixar dividir, é ficar em cima de uma corda e não saber pra onde ir, e que dó saber que ao escolher se descemos da corda ou continuamos caminhando(pra em algum momento TER que descer) que a escolha será feita e sem choradinha não tem volta, e que o minotauro nos espera no centro do labirinto.

Eu sou o meu labirinto e o meu minotauro. Assim, dando a mim mesma as minhas chances, vendo minhas falhas (e também tentando cobri-las a todo custo), e seguindo com o propósito que tenho em mãos agora, que pode não ser o mesmo amanhã de manhã. Infelizmente me mato todos os dias (meu labirinto enlouquecendo meu minotauro). Como? Ora, sempre que eu desisto de algo que eu sei que é essencial para mim. Sempre que sinto que tenho algo ao meu alcance e acaba indo embora, fugindo dos meus dedos e dos meus olhos, ficando inviável e eu precisando começar de novo, mesmo exausta, é nesse ponto que eu desisto. Desisto por segundos, se eu desistisse por tempo demais a felicidade desistiria de mim. E eu, acima de tudo, não sei e não posso desistir de mim mesma.

Agora eu me pergunto se o minotauro seria o mesmo sem o labirinto ou se o labirinto teria função sem o minotauro.
Seria?
Teria?