segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Entre todos os amores e amigos,

de você me lembro mais. (Minha vida - John Lennon E Paul Mc Cartney)

Vamos iniciar de um novo jeito: explicando o título. "Dentre todos os amores e amigos, de você me lembro mais". Se lembra mais dentre todos esses amores e amigos(e amores não deixam de ser amigos, ainda que platônicos) é porque existe alguma coisa que nos marcou, nem que seja negativamente, coisa que acho que na maioria dos casos não nos faz comparar a pessoa x com a pessoa y. E não quero entender, pelo menos não hoje, porque lembramos mais. Quero lembrar que às vezes acabamos vendo alguém e pensando: nossa, parece tanto com fulano(a). E é exatamente aí que eu quero chegar.
Volta e meia eu acabo fazendo isso. Olho alguém e penso: wow, parece tanto com A/B/C/D/E... . E depois eu vou contar pro A, B, C, D ou E que eu vi alguém que fisicamente me fez lembrar de tal pessoa.
Mas acontece que, algumas dessas pessoas eu acabei me tornando amiga. E confesso que um deles em especial me tornei amiga porque achei-o parecido com alguém que tenho um carinho/admiração/amor/afeto/mil coisas enorme e eu meio que quis inclui-lo na minha vida pelos valores que o outro alguém tinha. E aí, morro de remorso por isso. Me sinto meio Rafael(Edu Moscovis) que dá a identidade e características da Luna (Liliana Castro) à Serena (Priscila Fantin) (vale a pena ver de novo -n HEUIAHEUIEHUIEA).
É engraçado como quando fizemos o que eu fiz, no final das contas todos tomam as suas identidades, suas personalidades e sua maneira de nos marcar e talvez um dia, entre corações que temos tatuados, deste alguém lembraremos mais.
E por fim acho que isso não é tão ruim assim, já que há dois possíveis fins.
Primeiro: descobrimos que a pessoa é muito legal, cria sua própria identidade e ganhamos um amigo novo
Segundo: percebemos que na verdade não havia nada de parecido e que a pessoa não é legal e acabou a lembrança/comparação.
E acho que isso serve pra avaliar a nós mesmos. É como um ponteiro que marca o quanto há de alguém dentro de nós. Afinal, não vamos pensar: noooooossa como essa pessoa parece com aquele imbecil que conheci, acho que vou virar amiga.¬¬ choooo que não hem.
Então eu tenho ficado bem felizinha quando vejo alguém pela primeira vez e lembro, nem que seja por um pequeno detalhe de alguém que de fato conheço e convivo. Isso mostra o quanto há dos outros dentro de mim. E até me alegra em por segundos imaginar que eu posso estar viva dentro de alguém também. E quero muito que alguém entre todas as novelas e romances, de mim lembrar mais.

Um comentário:

  1. Se há amores amigos, há também amigos amores. Afinal, não foi o que Freud falou acerca da amizade, de sua natureza erotizada, porém inibida em seu fim?
    Belo escrito, senhorita. É praticamente uma pontuação da vida cotidiana acerca do conceito psicanalítico de transferência. Ainda que, a determinação de nossos amores passados sobre nossas escolhas amorosas (amigáveis ou erotizadas) presentes ultrapassa e muito o quanto dela conseguimos capturar de forma consciente.
    Como havia te dito acerca de outra postagem, tua escrita tem se consolidado num estilo prazeroso de ler. Espero por mais!

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